Sermos dois mesmo quando formos um


-- Por Mari e Ton

- Mari, Wellington vem com você, né?

- Ué, Wellington, cadê a Mari?


Quando se começa um relacionamento, é natural o casal gostar da presença um do outro e querer sempre fazer coisas juntos. Só que o nosso dia só tem vinte e quatro horas e a semana só sete dias. Se vocês souberem como mudar isso, avisem, porque na hora de organizar casamento cada minuto é útil! hahaha

Como não podemos (ainda, mas contamos com a ajuda de vocês!) aumentar o tempo ou diminuir sua velocidade, na maioria das vezes, estar mais junto significa que a convivência que cada um tinha com seus amigos de antes do relacionamento ficará um pouco prejudicada.

Este é um desafio diário na vida de um casal moderno. Não somos psicólogos, então não temos uma solução cientificamente embasada para este problema. A Mari até gosta de achar que entende de psicologia porque estudou psicanálise e psicologia da educação por seis meses, mas...

O que dizemos aqui é o que entendemos a partir da nossa experiência: estar sempre junto não é um problema de maneira alguma! Ora, não foi o próprio Deus quem disse "o homem se unirá à mulher e os dois serão uma só carne"? O problema é quando isto passa a ser um fardo para o casal.

São Paulo fala: "Não vos recuseis um ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois retornai novamente um para o outro, para que não vos tente Satanás por vossa incontinência." (I Coríntios 7, 5). Embora este texto seja geralmente interpretado como um convite à abstinência sexual pelo casal como algo benéfico, podemos usar ele para falar que o afastamento em coisas mais banais também pode ser benéfico.

Os filósofos (sim, filósofos! Viu? Nosso blog também é cultura!) da Antiguidade (Sócrates, Aristóteles, Buda, entre outros) afirmam que a virtude está no meio.

E aqui a Mari brota para dizer que Horácio, poeta latino, também repetia esse discurso. Qual a utilidade de falarmos de Horácio aqui? Nenhuma... Mas a Mari gosta de usar Literatura para tudo.

Se uma pessoa ama a outra, lógico que vai querer estar sempre com ela, duh, óbvio.

Mas se você carrega a pessoa pra cima e pra baixo, vai acabar deixando de fazer coisas que gostaria de fazer por falta de consenso. Se vê a pessoa em casa e no trabalho, a convivência pode se tornar maçante. Da mesma forma, se a pessoa está sempre ausente, não assume suas responsabilidades nas tarefas comuns, não sai junto com a outra etc., que tipo de relacionamento há entre elas?

Num relacionamento equilibrado, compreende-se que cada metade do casal tem sua individualidade e traz sua bagagem para contribuir no relacionamento, e essa individualidade não pode ser perdida.

Exemplificando: o Ton gosta de assistir ao futebol com amigos, a Mari de fazer gordice com as amigas. Não se pode obrigar um a participar do programa do outro. Nem seria conveniente, porque nesses eventos, está em destaque a individualidade de cada um. A pessoa que se vê obrigada a compartilhar desses momentos se sentirá provavelmente deslocada.

Exemplificando mais: A Mari foi duas vezes no Maracanã com o Ton. Nas duas, ela ficou rindo das dancinhas coreografadas da torcida e imaginando aquele monte de homem se encontrando para discutir a próxima coreografia (será que eles também aproveitam os encontros para coreografar "Formation"?).
Já o Ton, quando sai com a Mari e as amigas, quando nenhum outro namorado está por perto, fica perdidaço quando elas começam a relembrar os tempos de escola - o que acontece sempre, porque nostalgia é uma delícia!

Agora, digamos que sua metade da laranja (ui! somos bregas!) queira participar de tudo com você; deve-se buscar um acordo. A conversa deve ressaltar as coisas que fazem parte do campo individual de cada um e proporcionar uma negociação justa, para que nenhuma parte seja prejudicada.

Agora, se vocês são felizes fazendo tudo junto, feito gêmeos siameses... A gente não tem nada com isso, né! Sejam felizes!

Por fim, a convivência de casal nos muda completamente. A convivência com a Mari fez o Ton se desenvolver muito em áreas como planejamento, negociação e leitura. A convivência com o Ton fez a Mari ser um pouco menos control freak e deixar mais a vida levar.

Toda vez que cada um for sozinho a um evento, naquela pessoa não estará só o Ton ou só a Mari, mas a personalidade daquela pessoa turbinada pela outra. Olha que lindo isso! Somos noivos, mas também somos quase filósofos!

Conviver com outras personalidades é muito saudável, mas reencontrar os braços de quem se ama é uma maravilha!

A oportunidade de voltar para quem você ama deve gerar em você alegria - uma alegria de saber que ali está o seu ninho, seu porto seguro, a pessoa em quem você pode confiar, que te faz crescer, que te faz feliz... a pessoa que você quer amar e fazer tudo por ela até o fim da sua vida.

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