Nossa História de Amor (parte 4)

Capítulo 7 de 365: "Deus me livre te amar, mas eu te amo!"
- Raça Negra

[TON:] Fazer um capítulo novo a essa altura da história é só pra aprofundar o suspense. Enfim, o Lucas me perguntou se eu ainda gostava da Mari. Aí, numa fração de segundo, passou toda a minha história com ela pela cabeça. E eu percebi que queria estar do lado dela, protegê-la, ficar com ela, viver uma vida juntos. Aí eu respondi pra ele: "ah, cara, a Mari já sofreu demais, precisa de um cara que cuide dela... um cara assim, tipo eu..."


[MARI:] Não preciso nem dizer que o Lucas estava mandando a conversa para as meninas e elas estavam mandando para mim. Quando eu li essa parte, a reação foi: "EU PRECISO DO QUÊ? SEU PREPOTENTE RIDÍCULO CONVENCIDO!"

[TON:] I plead guilty. (Confesso.) Não discuto que sou um pouco prepotente. Mas pooow, eu não tinha muita intimidade com meus sentimentos pra sair dizendo por aí que amava ela loucamente e que queria ficar pra sempre com ela... Mas enfim, nada mudou no mundo depois do que eu falei pro Lucas.

Capítulo 8 de 365: 
"E agora, José?"
- Carlos Drummond de Andrade

[TON:] No dia 12 de junho de 2013, dia dos namorados, ainda estávamos solteiros. Não só isso, estávamos na Igreja trabalhando, montando cestas básicas, o completo oposto de curtindo um namoro. Aí ela me veio com uma proposta diferente...

[MARI:] Ele jura até hoje que eu falei o que falei porque estava mandando indiretas, mas não foi. Eu comentei que poderíamos assistir o filme "Camille" juntos. Eu sei, parece que é indireta e estou interessada. Mas é que ele era o único que iria assistir uma comédia francesa comigo...

[TON:] Eu falei "bem, só tem no Rio, mas claro! Por que não? Vamos marcar!" e tive certeza: ela realmente estava a fim de mim. Bateu o desespero. Que que eu faço agora?


Nunca tive um encontro dessa forma, tão solene! Como que vamos marcar isso? O que que eu tenho que fazer quando for o dia? Como que eu sei se ela deu alguma deixa pra pegar ela ou não? Devo comprar alguma coisa, levar algum presente?


Enquanto me perdia nesses pensamentos, o tempo passava. Chegou a sexta-feira e, com ela, minhas férias. Eu teria doze dias pela frente para sair com a Mari. Mas não tomei a iniciativa. Até que chegou o domingo e tocamos na missa.

[MARI:] Esse foi o dia da prova da OAB, meu tio tava internado, Wellington chegou atrasado. Enfim. Muitas emoções, de verdade. Só que a gente fez a maior zona misturando duas bandas e, no final, o padre pediu pra conversar com a gente. Minha mãe estava indo embora. Wellington disse que me levava em casa. PRONTO. Mil olhares e risadas dos nossos amigos SUPER maduros... Saímos da igreja com o povo sendo ridículo, gritando e zoando. Palhaçada puuuuuuuuura. Aí percebam: no caminho, Wellington, meeeeeeega desenrolado, tava falando que queria que os filhos dele tivessem nome composto. Eu falei que isso era bem ridículo (os que ele estava sugerindo eram péssimos). Aí ele disse: "ah, paaara, você ia adorar ser mãe de uma inserir aqui nome composto feminino digno de novela mexicana." Ahm... Ok, migo. Chegando em casa, na hora de a gente se despedir, ele meio q tentou virar o rosto e me beijar. Eu não deixei, mas veja bem: ele estava desde cedo sem escovar os dentes. Eu tava tomando um calmante fitoterápico que tava ferrando meu estômago, então passei a missa comendo biscoito e bebendo leite pra ver se sossegava a dor... Não tem como um primeiro beijo assim, meu povo! Em casa, conversamos por whatsapp e decidimos nos dar uma chance...

[TON:] Só sei que apesar de termos decidido nos dar uma chance, eu demorei a tomar a iniciativa.

Capítulo 9 de 365: 
"Eu disse sim pro mundo, eu disse sim pros sonhos e pra tudo o que eu não previa..."
- Sandy Leah

[TON:] Terça-feira, 18 de junho. Férias, um belo período para... ESTUDAR. Sim, eu estava me preparando para a prova de acesso ao mestrado em Processo Civil da UERJ. Foi só por isso que eu tirei essas férias. Primeiro dia de estudos: deitado no sofá vendo a linha do tempo do Facebook.


Aí minha mãe ficou indignada:
- Você tira férias, diz que vai estudar, diz que vai chamar a menina pra sair, não faz nem uma coisa nem outra!. 

Tá louco que eu vou tomar iniciativa pra sair!
- Ok, mãe, larguei o celular, to aqui nos livros!
- Nem pensar. Você vai deixar essa menina esperando seu contato até quando? Isso não se faz com a mocinha não!
- Mas mãe! To estudando!
- Mãe nada! Vai chamar essa menina pra sair agora! Ligue aí pra ela agora, que eu não saio daqui enquanto você não ligar!
- Aff...
Peguei o telefone e disquei.

[MARI:]Wellington me liga, a vibe foi mais ou menos essa:
- Oi, Mari, é Wellington, tudo bem? Vamos no cinema hoje?
- hã?
- É, podemos ver "Eu Odeio o Dia dos Namorados" no São Gonçalo Shopping
- risada histérica ah... hoje não dá... tem crisma...
- Olha, tem uma sessão tal hora, que acaba tal hora e dá tempo de você chegar na igreja vinte minutos antes da crisma. Então se a gente desligar agora, você vai ter cerca de meia hora pra se arrumar.
- MUITA risada histérica
- Pode ser?
- Ah... ok.

[TON:] Na hora combinada, saí de casa. Mais nervoso que tudo. Bati o parachoque dianteiro no balaústre da calçada. Cheguei na casa dela; arrastei a lateral direita do carro no meio-fio. Isto estava ótimo. E lá veio ela...



CONTINUA...

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