O custo do casamento

-- por Ton e Mari

Casar é caro. Tipo... muito caro mesmo. Vocês se julgam um casal moderno, consciente, e pensam: "essa tradição de deixar os custos por conta dos pais da noiva é coisa do passado; vamos pagar com o nosso suor, na nossa simplicidade mesmo". Mas aí começam a pesquisar preços: "flores para decorar a cerimônia: R$ 2.000", "seiscentas forminhas para docinhos: R$ 1.000", etc., e então se desesperam: "como que vamos pagar por isto, meu Deus?".

A verdade é que o casamento foi tão idealizado nos últimos séculos que acabou sendo coberto de adornos que, se não o descaracterizaram, o transformaram num megaevento, que só pode acontecer se for o mais luxuoso possível. Isto hoje oprime muitas pessoas que apenas querem formar família, mas são pressionadas a fazer megafestas. Casar-se virou um grande negócio, e isto tem levado muitos casais a adiarem a oficialização de sua união, ou simplesmente não o fazerem, apenas juntando-se.

O Ton, sendo advogado, poderia discorrer aqui acerca dos grandes benefícios de se oficializar a união através do casamento civil - p.ex., maior segurança jurídica e o evitamento de várias ações caso a união termine - mas que as pessoas estão perdendo ao esperarem ter dinheiro para festa para casar. A Mari, sendo professora, acredita que esse não seria nem de perto o rumo mais interessante que esta publicação poderia tomar.

A questão que se deve colocar é: como escapar da armadilha do festão? Uma dica que sempre vale a pena é: menos é mais. O que marca os convidados de uma festa é a comida, a bebida, a música e a decoração. Todo o resto é supérfluo. À noiva e ao noivo bastam roupas respeitosas - não precisa ser um vestido do Oscar de La Renta ou um terno Armani (e definitivamente nada de ternos que brilham!!!).

Existe uma indústria inteira tentando fazer noivas e noivos acreditarem que é essencial ter um kit toilette. Eles querem que você ache que suas madrinhas e padrinhos não ficarão tão felizes pela união a não ser que ganhem uma garrafa de Chandon Baby como convite. Eles querem que você ache que suas convidadas ficarão todas borradas de maquiagem porque choraram na cerimônia e você não distribuiu os lencinhos de "lágrimas da alegria" (sendo que - sejamos sinceros - muitos dos convidados nem se importam com a cerimônia em si).

Quando mergulhamos no universo do casamento, claro, fomos fisgados pelo consumismo. Mas alguns orçamentos estratosféricos nos fizeram perceber que: podemos - sim - ter muitos detalhes na nossa festa, todo o luxo que quisermos, mas desde que tudo caiba no nosso orçamento. Não vamos fazer nenhuma loucura, nos encher de dívidas que levaremos até o túmulo, só para dar um festão do qual só vamos nos lembrar por fotos.

O nosso objetivo é casar e não parar de viver até o casamento. O que importa é a cerimônia e sobre isso teremos uma série de posts especiais escritos por um grande amigo nosso. Não queremos cada centavo do nosso salário sendo destinado a pagar fornecedores. Não queremos recusar convites para aniversários para poder pagar algumas forminhas a mais. Não queremos deixar de comprar nossas coisas para ter o melhor vestido/terno. Podemos economizar fazendo forminhas nós mesmos, desenhando alguns itens de decoração, explorando nossos padrinhos com trabalho escravo, enfim. Decidimos casar. Mas decidimos viver.

5 comentários:

  1. É isso aí, pé no chão, nada de gastar o que não possuem!!!
    Uma cerimônia simples e uma viagem maravilhosa é tudo de bom.

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  2. Hoje em dia esse texto é de utilidade pública. Parabéns pela iniciativa de expor uma visão em que se possa sentir e imaginar vivendo O casamento e não PARA o mesmo.

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  3. É isso!
    Roubartilhando esse post em 3, 2, 1...

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  4. Essa é a grande verdade, a festa virou prioridade e o importante virou descartável sem o primeiro, uma Terrível fatalidade. Adorei o texto criança.

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